Finanças

O que fazer com seus investimentos após mais um corte da Selic para 12,75%

Mesmo depois de mais uma queda na Selic, a taxa básica de juros, Veja o que fazer com seus investimentos após o corte que levou a Selic para 12,75% especialistas defendem que a renda fixa continua oferecendo boas oportunidades.

Seja em investimentos mais tradicionais como o Tesouro, no crédito privado ou mesmo na diversificação para fundos no exterior. O aumento da destinação à renda variável, porém, não é consenso.

Longe de ser uma surpresa, os juros referenciais no Brasil caíram pela segunda vez neste semestre, passando de 13,25% para os atuais 12,75% ao ano.

Os economistas esperam que caiam para 11,75% no final de 2023 e para 9% no final de 2024, segundo o mais recente Boletim Focus, publicado na segunda-feira antes do corte da Selic.

Quando a Selic cai, a vida financeira dos brasileiros é impactada de duas formas: os empréstimos ficam mais baratos e os investimentos em renda fixa passam a ter menor rentabilidade.

Principalmente aqueles vinculados à Selic ou ao CDI. É o caso dos títulos atrelados ao Selic do Tesouro Direto e dos CDBs, LCIs e LCAs.

Em momentos como este, os investidores ficam em dúvida sobre como redistribuir seus investimentos para garantir os melhores ganhos dentro do perfil de apetite ao risco de cada pessoa.

Segundo especialistas ouvidos pelo Valor Investe, apesar das duas quedas da Selic, as taxas de retorno da renda fixa ainda estão elevadas, acima dos dois dígitos.

Portanto, esta classe de ativos ainda deverá ocupar um espaço importante nas carteiras dos investidores. As recomendações são continuar investindo atrelados ao CDI, principalmente para objetivos de curto e médio prazo.

“Mesmo com essa queda, quando falamos em reservas de emergência e reservas de oportunidade, elas devem permanecer em ativos pós-fixados indexados ao CDI ou Selic, com baixo risco, baixa volatilidade e liquidez”, afirma Luciana Ikedo, especialista em investimentos.

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Para Marcel Andrade, head de Fundos de Fundos da Sul América Investimentos, as carteiras devem mudar pouco, porque as taxas de juros reais no Brasil continuam atrativas, acima de 6% ao ano.

O analista destaca a oportunidade que os títulos indexados à inflação oferecem, num cenário de incerteza quanto ao equilíbrio fiscal do Brasil.

Em geral, essas funções tendem a ser mais recomendadas para estratégias de médio e longo prazo. Isso porque além de terem a função de proteger os ativos da desvalorização causada pela inflação.

Esses apresentam maior volatilidade que os títulos indexados ao CDI, o que pode desfavorecer um resgate no curto prazo caso o momento não seja oportuno.

Os títulos prefixados estão entre os menos adequados para alocações nesta fase do ciclo de juros. Segundo Clayton Calixto, especialista em carteiras do Santander Asset, há menos espaço para ganhos nesses títulos, considerando que a previsão é que a Selic não caia 8,5% ao ano ao final do ciclo.

Crédito privado

O crédito privado surge como alternativa para aumentar os ganhos em renda fixa. Após o evento de inadimplência da Americanas e das incertezas em relação à Light no início de 2023, o mercado de dívida corporativa passou por meses de estresse.

Com a desconfiança na qualidade do crédito, os prémios de risco dispararam. Desde maio, porém, as taxas vêm se normalizando, com um movimento que o mercado chama de “fechamento do spread”.

O índice de debêntures JGP indica que, em média, o prêmio de risco desses títulos é de 2,30%. Esse é o percentual extra que o investidor recebe por se aventurar em títulos com maior risco de inadimplência que o Tesouro. Para se ter uma ideia, antes do evento da Americanas a taxa já era alta, mas bem menor, em torno de 1,90%.

Esta seria então uma janela de oportunidade para procurar obrigações de qualidade a taxas atrativas. Andrade, da Sul américa Investimentos, também aposta em títulos privados de empresas que tenham bons fundamentos.

Segundo o especialista, o setor de crédito privado apresentou boa recuperação no último trimestre e, num cenário de queda da Selic, tende a se fortalecer.

E os fundos?

Os fundos de debêntures incentivados foram beneficiados por medidas que ampliaram a isenção para outros setores, como educação e saúde.

O especialista do Santander, Clayton Calixto, vê esses ativos como um bom caminho para investidores pessoas físicas que querem ganhar um pouco mais.

Esses fundos são uma forma de manter a renda fixa, com risco de crédito diluído e com o benefício de serem isentos de imposto de renda.

Em relação aos fundos multimercados, que passaram por momentos difíceis este ano, com o maior volume de resgates em duas décadas, o novo ciclo de juros poderá trazer algum retorno.

A aposta contra a bolsa americana e a aversão ao risco na China, onde a economia ainda cresce menos do que o desejado, tiveram efeitos negativos nas cotas destes fundos este ano.

Entendo que os fundos multimercados que conseguem navegar bem neste mundo com políticas monetárias diferentes podem se dar bem.

O especialista da Sul américa, Marcel Andrade, concorda que os multimercados complementam bem o portfólio. Para ele, essa classe de fundos tem mais flexibilidade e agilidade para movimentar-se em cenários de volatilidade.

Renda Fixa Global

Com o mercado internacional cada vez mais acessível ao investidor médio, especialistas destacam o potencial de ganhos em renda fixa no exterior.

Levam em conta a janela de oportunidade aberta por um cenário em que os países desenvolvidos combatem a inflação, elevando as taxas de juros a níveis não vistos há décadas.

A economia americana provavelmente entrará em recessão em algum momento. de 10 anos atingindo 4,33% ao ano. Já atingiu um patamar interessante”, diz Andrade.

O especialista afirma que fundos com essa estratégia podem ser facilmente encontrados nas plataformas, mas o interessante para os pequenos investidores é procurar aqueles que tenham proteção cambial.

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Segundo Calixto, do Santander, a renda fixa nacional ainda é muito atrativa, mas os ativos no exterior já permitem a diversificação aos poucos.

Ele não vê o último corte da Selic como um gatilho para a fuga de capitais, mas entende que os fundos que investem ali conseguiram aproveitar as oportunidades que estão por vir.

Em relação à renda variável, ainda há cautela e divergências. Calixto afirma que, apesar da surpresa positiva do PIB no primeiro semestre, a expectativa é de que haja desaceleração da economia.

E as taxas de juro mais baixas não são suficientes para levantar o mercado de ações. Há também a necessidade de uma economia em expansão que beneficie as empresas e permita o crescimento.

hoje temos uma alocação em bolsa, mas ainda uma parte pequena, sem um posicionamento grande. Focamos em setores que pagam bons dividendos, como o de energia elétrica, que depende menos do PIB e pode passar por um momento de volatilidade sem sofrer tanto.

No caso dos investidores que gostam mais de risco, ele sugere olhar para as Small Caps, que são empresas de menor capital, que costumam incluir setores como construção e varejo.

Apesar de terem maior potencial de valorização, são ações com maior volatilidade e o investidor precisa ter estômago para isso.

Na visão de Andrade, da Sul américa, o risco de entrar na bolsa ainda é “assimétrico”. Com a renda fixa pagando tão bem e diante da incerteza sobre o resultado das reformas e como elas afetarão as empresas, não vale a pena correr riscos no mercado de ações.

Phil Soares, analista da Órama Investimentos, vai na direção oposta. A casa calcula que o Ibovespa deve atingir 125 mil pontos até o final deste ano, o que dará um aumento significativo de valor para o investidor.

Thiago Silva

Olá, Muito prazer! Sou Thiago Silva um dos escritores deste blog, empresário, investidor e empreendedor.

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